terça-feira, 19 de novembro de 2024

Conexões (Crônica)

Observação: a intenção desta crônica é dialogar sobre a complexidade da existência humana. 

O olhar do meu cachorro me fez pensar no que ele pensa. Um pensamento bem humano, eu imagino, porque os animais não devem se perguntar o que se passa em nossas cabeças. Quando um bebê chora, seus pais analisam do que precisa através do cheiro da fralda, de quanto tempo está sem comer ou se está assustado, porque ele ainda não consegue falar, assim como o cão, e ambos se expressam como podem.

Cada indivíduo tem diferentes percepções da realidade, que atravessam a sua criação, sua língua materna, religião, sociedade e cultura em que está inserido, traumas vividos, e você, leitor, pode adicionar outros fatores de acordo com a sua percepção. Parte dessa visão de mundo pode estar ligada também ao nosso instinto, que nos guia desde a antiguidade.

O convívio social nos leva a conhecer pessoas com diferentes idades, gostos, personalidades, sexualidades, nos mostrando diariamente a beleza da diversidade humana. Enquanto indivíduos, o confronto com ideias opostas pode ser interessante, assustador ou até mesmo engraçado, mas sempre estamos sujeitos à estas situações. As escolhas que fazemos na vida, como a carreira que iremos seguir, moldam o nosso cotidiano e uma parcela dos nossos pensamentos. Quem pode fugir por completo das mudanças que nos são impostas pelo mundo exterior? Ninguém. O sujeito está sujeito a ser coletivo para viver bem.

Quando nos apaixonamos por alguém que conhecemos há menos do que um ano, entregamos nossos sentimentos para uma pessoa que não esteve presente em grande parte da nossa vida, e também não estivemos na dela, mas nos aventuramos a estar lá por um curto ou longo tempo na jornada daquela alma, nos arriscando em um processo que pode levar ao sofrimento e à traumas. Mesmo após experiências de rejeição e traição, após um descanso emocional, nossas emoções e desejos orbitam em torno de um novo escolhido, nos impulsionando a enfrentar o medo e tentar outra vez.

As conexões humanas nos presenteiam com profundas reflexões acerca da nossa existência, da história mundial, do nosso subconsciente. Independentemente das conclusões, novos tópicos serão abordados por outras pessoas com o tempo, e nunca haverá um ponto final definitivo quando se trata de análises sobre a humanidade, um assunto tão diverso e rico.