Finalmente! O filme foi lançado no Brasil no dia 06.07.2017, mas só consegui assistir dois dias após. Poréeeem, achei melhor assistir mais uma vez para poder reparar em mais detalhes e fazer um post mais cheio sobre o filme. Meu primeiro comentário é sobre como algumas coisas podem mudar assistindo dublado ou legendado, inclusive até um pouco do sentido de algumas falas.
Indo direto ao ponto, o primeiro elogio vai para a escolha de um elenco diversificado, não apenas entre os principais, como também nos figurantes e personagens de apoio. É evidente a diferença de etnias e não foram escolhidos apenas atores magros e altos. Isso me agradou de imediato, desde o ano passado, quando só haviam fotos do set e já haviam divulgado o elenco.
Da esquerda para a direita: Angourie Rice (Betty Brant), Tony Revolori (Flash Thompson), Laura Harrier (Liz Allan), Jacob Batalon (Ned Leeds), Zendaya (Michelle), Tom Holland (Peter Parker/Homem-Aranha)
Peter e Ned entre outros alunos.
Foto postada por Tiffany Espensen em seu Instagram: tiffypics. Tiffany Espensen, Isabella Amara, Abraham Attah, Michael Barbieri e Angourie Rice.
Em segundo, para o vilão, que foi muito bem construído. Excelente escolha de ator (Michael Keaton) e excelente desenvolvimento do personagem. O Abutre não é um alienígena ou um super vilão querendo chamar atenção e/ou dominar o mundo. Se trata de um homem comum que sofreu mudanças drásticas em sua vida e optou pelo crime. Um dos principais objetivos, segundo Tom Holland, foi mostrar que se um garoto comum pode se tornar um super-herói, um homem comum pode se tornar um vilão assustador.
Bastidores das filmagens. Tom Holland, Michael Keaton e Jon Watts, diretor. Foto postada no instagram do Tom: tomholland2013
A amizade de Ned Leeds (Jacob Batalon) e Peter Parker foi com certeza uma das melhores coisas! Ned é aquele garoto curioso que qualquer um seria se tivesse um super-herói como melhor amigo, e foi de grande ajuda também. "Você põe ovos?", está entre outras perguntas e falas que arrancaram risadas do cinema inteiro. Tom e Jacob não me decepcionaram em nenhum momento no quesito atuação.
Espero que nos próximos filmes não hajam outras "trollagens" com personagens, como fizeram com a Betty Brant, vestindo-a como Gwen Stacy e usando uma atriz muito parecida com ela, só faltando a franja. Sobre terem a colocado no colegial, não me importei de verdade, e até achei interessante a usarem como âncora do jornal da escola, já que nos quadrinhos ela trabalha no jornal Daily Bugle como secretária de J. Jonah Jameson.
Obs: nada contra a atriz Angourie Rice, muito pelo contrário. Assisti outros filmes em que ela atuou e acho inclusive que ela merece mais tempo de tela nos filmes seguintes.Houve também a brincadeira com o apelido de Mary Jane Watson, MJ, que foi dado à personagem Michelle. Sobre as duas "trollagens" acima, Kevin Feige, o presidente de produção da Marvel, respondeu que foram feitas para brincar com o público, nos deixando curiosos, dizendo ainda que os rumores acabaram por se tornar uma dor de cabeça para Zendaya. Como se ele não soubesse que encheriam a atriz de perguntas...
Liz Allan (Laura Harrier) foi o interesse amoroso nesse filme, e, ao contrário dos anteriores, não chegou a haver romance. Assim como nos quadrinhos, ela vai embora. Originalmente, sua aparência foi inspirada em Marilyn Monroe, mas parece que seguiram o molde da animação Spectacular Spider-Man para o filme. Foi uma paixão adolescente, fofa, que deu errado. Peter Parker, gente como a gente!
Achei interessante colocarem Liz Allan, já que esse Peter tem 15 anos, e, assim como nos quadrinhos, ela foi uma das primeiras garotas a despertarem a atenção dele, ainda muito imaturo com relacionamentos. Apesar das múltiplas diferenças, essa versão me agradou bem mais.
Houveram muitas críticas antes do filme sobre a escolha do ator Tony Revolori para interpretar Flash Thompson, conhecido por praticar bullying com Peter Parker, porque o ator tem baixa estatura e não apresenta um físico musculoso como o personagem dos quadrinhos. Nesse novo filme, há um tipo diferente de bullying, e, para mim, funcionou sim! Afinal, bullying não se trata só de ameaça física, é também humilhação pública. Além disso, ele também esnoba Peter por ser riquinho (lembram da cena do carro onde ele quase atropela o protagonista?) e implica com ele o tempo todo, procurando deixá-lo com cara de bobo na frente de todos. Apesar de ter esperado pelo menos uma cena onde Flash joga os livros do Peter no chão de propósito, essa nova versão me convenceu por enquanto.
Em comparação com os cinco filmes solo anteriores do personagem, considerei o novo inferior à trilogia de Sam Raimi e ao primeiro filme de Marc Webb, de 2012. As cenas de ação de Homem-Aranha 2, o mais aclamado pelo público e pela crítica, são mais intensas e emocionantes, enquanto o filme de 2017 focou mais no humor.
Minha crítica negativa para "Homecoming" vai para não terem citado o Tio Ben nenhuma vez sequer. O mais perto que chegaram foi quando Peter pede a Ned para guardar segredo de tia May sobre a identidade secreta do Homem-Aranha, alegando que ela recentemente sofreu muito e não precisa de mais preocupações. É claro que ninguém queria assistir outra vez Ben Parker ser assassinado, entretanto, o personagem é muito importante na vida do herói, e me decepciona dizer que fora a "quase menção" comentada acima, não há sequer uma foto ou citação do nome do falecido tio. E a tia May acabou não sendo muito bem utilizada, servindo como a tia gostosona que todos os caras querem pegar - tem até aquela piada ridícula do Tony Stark sobre esperar que ela estivesse usando alguma roupa transparente.
O novo Homem-Aranha recebeu 92% de avaliação de críticos de cinema no Rotten Tomatoes e 90% da audiência. Excelente resultado, mas quero comentar sobre algumas críticas:
Um dos poucos pôsteres que agradou o público...
Em resumo, Homem-Aranha: De Volta Ao Lar é divertido - no estilo Marvel -, retratou bem um garoto de 15 anos na era das redes sociais que recebeu poderes e está aprendendo a usá-los enquanto lida com a escola e um amor adolescente. Com duração de duas horas e dez minutos, o longa não se tornou cansativo ou um clichê de filme de super-herói, contudo, se encaixa bem nos filmes adolescentes que a Sessão da Tarde da Rede Globo adora transmitir.
